Por Leonardo Condurú
De acordo com a pesquisa mais recente da BandNews, considerando votos válidos, observa-se subida consistente de Bolsonaro, agora com 35%. A ascensão do Haddad, para 21%, desmistifica a falsa noção de transferência de votos do Luladravaz para o seu substituto, articulada por muitos analistas, em especial os simpatizantes da causa lulopetista. Este feito já estava gravado nos 9% iniciais de Haddad. Sua subida, junto com a de Ciro, deveu-se à queda de outras candidaturas com espectro nas diversas facções do PT de outrora, como a de Marina Silva, da ala “paz, amor e sustentabilidade”, hoje com apenas 8%; a de Boulos (PSOL), mais radical, agora com 0%. O que explicaria em parte também a ascensão de Ciro, com 16%.
No caso de Ciro, em particular, sabe-se que PDT e PT sempre trilharam juntos o caminho do populismo a qualquer preço: o PDT, do lendário e letrado Brizola, que com seus discursos ufanistas e frases de efeito, embora absolutamente prolixas, agitava parte do eleitorado herdado do trabalhismo de Getúlio Vargas. Governou o ERJ por duas vezes, deixando-o praticamente falido quando foi enxotado da política.
O PT, guiado por seu único líder, Luladravaz, também ufanista, mas iletrado, boquirroto, e amante de primeira hora de microfones, qualquer que fosse, foi o idealizador e gestor de dois grandes fiascos de seus governos, o Mensalão e o Petrolão que quebraram o País e o transformaram num dos líderes mundiais em corrupção institucionalizada.
O Ciro é herdeiro direto dessa pajelança e de seu feudo político familiar no CE. Ganhou alguns pontos com isso e mais alguns outros devidos à queda lenta e gradual de Alckmin, concorrente de Ciro numa faixa estreita do eleitorado, cuja debacle pode se acentuar com a carta apelativa de FHC em favor da união de candidaturas.
Enfim, essa foi a minha leitura de momento:
1. Bolsonaro com crescimento lento e gradual, ainda enfermo em leito de hospital. Se sair dessa em condições de encarar o eleitorado mais de perto, pode vir a crescer muito mais e surpreender já no primeiro turno.
2. Ciro não teria como subir muito mais, a menos que os votos de Marina convirjam para zero% e dos quais tenderia a herdar uma parte; da mesma forma que os de Alckmin e os de Meirelles, hipóteses menos prováveis. Nestes dois últimos casos, parte dos votos de Alckmin, certamente migrariam em parte para Bolsonaro e talvez também para Amoedo.
3. O caso de Haddad é mais patético, não fosse ainda pela falácia de transferência de votos do Luladravaz, já totalmente contabilizados pela sigla PTralha antes de sua marcha de subida. Só poderia subir muito mais, caso a campanha de voto útil contra Ciro venha a funcionar e houvesse a transferência total dos votos de Marina, em queda livre, como já assinalado, e também viesse a herdar todos 3% dos votos contabilizados pelo Merelles, até aqui.
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