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MORTE E VIDA HITLERISTA: UM DRAMA DE GUERRA POSTO A NU

Atualizado: 1 de nov. de 2021










Por Leonardo Condurú (abril/2021)


I. No que parece um filme perdido da II Guerra Mundial


Morte e vida hitlerista, sem trocadilhos com a obra do famoso poeta, retrata ao meu modo de ver, a trajetória de fuga de Adolf Hitler, que deixa a Alemanha sitiada pelos russos, em 1945, em direção a outro continente, a América do Sul, em busca de melhores condições para soerguimento do seu IV Reich.


À luz de robustas evidências, com provas documentais e testemunhais, Hitler foge de seus crimes hediondos em direção à Argentina, junto com outros criminosos nazistas que, como ele, buscavam o poder e a glória vividos por algum tempo durante a ocupação nazista de boa parte da Europa.


Como acreditam muitos, teria Hitler, de fato, sobrevivido à II Guerra Mundial?

Para alguns analistas e historiadores que escreveram e documentaram sobre a II Guerra Mundial, especular-se sobre a hipótese de que Hitler sobrevivera à hecatombe não passa de teoria conspiratória de espertalhões querendo faturar com a fama, o destaque e o fascínio que o tema ainda exerce sobre boa parte das pessoas interessadas na história de um dos episódios mais sangrentos e tristes da humanidade.

De acordo com essa teoria, parece não haver dúvidas que o capítulo final da II Guerra se encerra, na Europa, com a queda de Berlim, a tomada do führerbunker pelos russos e a morte de Hitler, que teria cometido suicídio, junto com a sua então esposa, Eva Braun, em 30/04/45.

Como o führer, o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, e sua esposa, Magda Goebbels, também teriam cometido suicídio enquanto residiam no führerbunker, depois de assassinar todos os seus seis filhos com veneno.

Algumas versões relatavam que ambos se suicidaram com um tiro cada um; outras diziam que o ministro se suicidara com uma bala na cabeça e sua mulher teria se envenenado com cianureto. A morte de Goebbels e família, cujos corpos foram parcialmente queimados e exibidos numa das saídas do führerbunker, foi amplamente documentada e disseminada mundo afora.

Outros criminosos de guerra famosos também tiveram sua morte intensamente repercutida, com a exibição de seus corpos. Assim foi com (i) Hermann Göering, que se suicidou pouco antes de ser conduzido à forca no Julgamento de Nuremberg; da mesma forma com (ii) Heinrich Himmler, chefe supremo das SS, que se se matou logo após ser descoberto em meio a prisioneiros alemães num acampamento inglês, ainda na Berlim ocupada; as imagens da morte do (iii) ditador italiano Benito Mussolini — decapitado pelos seus algozes, junto com a mulher, Claretta Petacci, em 28/04/45, na cidade de Como e seu corpos levados para Milão, onde foram exibidos para execração pública — foram mostradas no mundo inteiro.


Quanto a Hitler e Eva Braun, foram considerados mortos pelas “autoridades alemãs” de Berlim, junto com Goebbels, esposa e seis filhos, em 01/05/1945, supostamente por suicídio, exceto quanto às crianças, mortas por envenenamento.

No entanto, o silêncio absoluto de documentos forenses confiáveis sobre as mortes do führer e de Eva Braun fez-se mais ruidoso do que uma possível exibição de seus corpos, como prova material de que haviam morrido, o que nunca houve.


As primeiras notícias da morte de Hitler foram dadas pelos próprios alemães, em transmissão pela rádio Reichssender Hamburg, que apresentava o seu sucessor, o presidente Karl Dönitz. Este, durante o programa, exortava o povo alemão a lamentar a morte de seu führer, “que havia morrido como um herói defendendo a capital do Reich”.



II. As mortes de Hitler e Eva Braun, e de seu fiel escudeiro, Martin Bormann, foram tratadas pelo FBI como fraudulentas por mais de meio século


O que parecia estranho naquele comunicado foi se enaltecer a morte, por suicídio, de um ditador implacável como Hitler que exortava os alemães e seus exércitos a “não se render jamais” e “lutar até o último homem”, fossem quais fossem as circunstâncias.


Uma crença da qual até mesmo o ditador soviético Josef Stálin duvidava, mesmo depois de informado da morte do führer, quando ordenou à unidade Smersh do exército vermelho que encontrasse o cadáver de Hitler, a qualquer custo.


Este achado, aliás, poderia soar para os russos como o maior troféu de vencedora da II Guerra, a ser exibido com orgulho pela nação comunista.


Mas, não foi bem assim como foi contada a história da capitulação alemã nos momentos derradeiros do III Reich.


Na manhã de 02/05/1945, os soviéticos capturaram a Chancelaria do Reich. Dentro do führerbunker, os generais Krebs e Wilhelm Burgdorf, jaziam mortos, possivelmente por suicídio, com um tiro na cabeça.


Em 04/05/1945, os supostos restos mortais de Hitler e Eva Braun, que se resumiam a um crânio e alguns fragmentos de ossos, teriam sido descobertos em uma cratera próxima a uma saída do führerbunker pelo comandante do Smersh, general Ivan Klimenko.


Os corpos do führer e de sua mulher, ou o que deles restou, foram exumados no dia seguinte, em 05/05/1945, e secretamente entregues à Seção de Contraespionagem Smersh do 3º Exército de Assalto, em Buch, restringindo-se as informações ao público, por ordens diretas de Stálin, que se mostrava cada vez mais cético em acreditar na hipótese de suicídio e morte de Hitler.


Em 11/05/1945, curiosamente, do que havia sobrado do corpo de Hitler, do seu crânio, quase incólume, foi extraída parte de uma mandíbula inferior, com trabalho odontológico, confirmado posteriormente como sendo do próprio Hitler, pelo assistente(?) de seu dentista particular, Käthe Heusermann, e pelo técnico em odontologia, Fritz Echtmann, ambos alemães e capturados pelos russos.


Para robustecer essa hipótese, em 30/05/1946, agentes do MVD recuperaram dois fragmentos de um crânio da cratera onde Hitler havia sido enterrado. Na têmpora esquerda, no osso parietal, tinha dano de tiro. Esta peça permaneceu não catalogada até 1975, e foi redescoberta nos Arquivos Estatais Russos em 1993.


Os detalhes da autópsia soviética mostravam, no que se refere exclusivamente ao trabalho odontológico, uma prótese dentária, com quatro dentes de ouro, intactos, como se tivessem acabado de “sair do forno”. Os resultados foram divulgados em 1968 e usados pelos odontologistas da UCLA para confirmar os restos mortais de Hitler, em 1972.

Todavia, em 2009, foram realizados testes forenses de DNA em uma pequena peça separada do fragmento do crânio, que as autoridades soviéticas há muito acreditavam ser de Hitler. Segundo os pesquisadores americanos, seus testes revelaram que realmente pertencia a uma mulher e o exame das suturas do crânio a colocavam com menos de 40 anos de idade, o que descartava qualquer hipótese que apontasse crânio e fragmentos de ossos como pertencentes a Hitler, em especial, ou a Eva Braun.

No início de junho de 1945, os corpos de Hitler, Eva Braun, Joseph Goebbels, mulher e os seis filhos, foram transferidos de Buch para Finow, onde o “guarda das SS que enterrou Hitler identificou seus restos mortais”. Os corpos teriam sido sepultados em uma floresta em Brandemburgo, em 3 de junho, e finalmente exumados e transferidos para as novas instalações da unidade Smersh em Magdeburg, onde foram enterrados em cinco caixas de madeira, em 21/02/1946.

Em suma, os fatos históricos que apontavam Hitler como morto, por suicídio, na queda de Berlim e invasão do führerbunker pelos russos, em 1945, resumiam-se a documentos pouco confiáveis, muitas contradições forenses e testemunhos sob suspeição, acima de tudo.



III. A fuga muito bem documentada de Hitler em direção à América do Sul

Uma corrente alternativa, que teoriza sobre a possibilidade de Hitler ter sobrevivido à II Guerra, soa forte para muitos estudiosos do assunto. Dentre estes inclui-se a série recordista de audiência, Caçando Hitler (Hunting), produzida em 2016 e exibida pelo canal History 2, de TV a cabo.

A hipótese de fuga de Hitler da Berlim sitiada pelos russos, junto com alguns auxiliares mais próximos, como Martin Bormann, seu secretário particular, e com apoio maciço da Die Spinne, organização de proteção aos principais líderes nazistas, fundada e dirigida por Bormann, não é inverossímil, como atesta a série em questão. Ou até que se prove o contrário, como apenas querem alguns.


A avenida que iniciava no portão de Brademburgo, em Berlim, com cerca de 1.800m de comprimento e 44m de largura — depois de retirados os postes de iluminação dias antes do pouso da piloto alemã Hanna Reitsch, em 28/04/45 —, foi apontada como a rota provável de fuga de Hitler, por avião, junto com alguns auxiliares diretos, em 29/04/45, um dia depois de utilizada como pista de pouso e decolagem por Hanna.

Documentos do FBI, da CIA e de órgãos de inteligência americanos, europeus, e de outros países, alguns desclassificados, comprovariam com fartura de evidências, a vida ativa de Hitler na América do Sul, transitando discretamente pela Argentina, Paraguai, Chile e Brasil, desde o fim da II Guerra.


Vale lembrar, que os produtores da série “Caçando Hitler” buscaram e entrecruzaram informações de, pasmem, 14.621 arquivos, de diferentes instituições e países, inclusive da ABIN brasileira, versando sobre o mesmo tema, o de que Hitler, de fato, sobrevivera à II Guerra.


Para esta façanha foram utilizados servidores, com grande capacidade de armazenamento e processamento de dados, que produziram resultados esclarecedores e espetaculares, os quais me fizeram firmar convicção de que Hitler saíra “vivinho da silva” da II Guerra, como há tempos já desconfiava.


A “prova de vida” de Hitler depois da Guerra foi dada mais precisamente na Patagônia argentina, onde morou um bom tempo próximo a Bariloche, e depois em Misiones, onde fixou residência até a sua morte provável, em 1984, com mais de 90 anos.

Sobre este fato, não se sabendo ainda nem o país, nem o local exato onde estaria enterrado.


Na Argentina, passou por Bariloche, Tucuman, onde havia morado o seu amigo Adolf Eichmann, e Córdoba. Suspeita-se que possa estar enterrado em Misiones, o que seria o último elo de sua existência depois da Guerra.

Por outro lado, especula-se que Hitler possa ter morrido no Paraguai, em 03/02/71, aos 82 anos. E teria sido enterrado numa propriedade particular, em um bunker secreto, que atualmente seria o porão de um hotel paraguaio, em Assunção.

As fotografias mostradas abaixo, à esquerda e no centro, exibem Hitler, em 1961, então com 72 anos, fotografado possivelmente em Misiones por um amigo do Dr. Edmund, médico alemão, ex-membro da juventude hitlerista e ex-paraquedista da Luftwaffe.



Uma das fotos mencionadas pode ter sido a que foi mostrada aos investigadores da Série Hunting, pelo filho do Dr. Edmund, sendo depois submetida ao FBI para exame de autenticidade.


A resposta foi uma simples negativa de que a foto fosse de Hitler, sem exames ou provas periciais que pudessem sustentá-la. Um fato que deixa muitas dúvidas, ainda mais nos tempos atuais com recursos e softwares primorosos, capazes de atestar a identidade fisionômica de alguém e até envelhecê-lo no tempo, desde a mais tenra idade, aliás, como sugerida na Série Hunting, embora a foto não tivesse sido mostrada no ar.


Outras fotografias de Hitler na Argentina, dos anos 50, são exibidas, como na figura abaixo, que mostra Hitler, em La Falda, numa recepção na casa dos proprietários do Hotel Eden, Ida e Walter Eichorn, milionários nazistas que ajudavam e hospedavam Hitler em sua estadia na Argentina e em suas visitas a Cordoba.



O idoso mostrado nesta outra fotografia, seria ninguém menos do que Adolf Hitler, retratado possivelmente no início dos anos 70 ou 80, com cerca de 80/90 anos de idade, em foto batida provavelmente em Misiones, na Argentina, ou em Assunção, no Paraguai.



Mas, cá entre nós, todas as fotografias aqui exibidas não parecem ser de outra pessoa, senão do próprio Hitler, em diferentes épocas, mesmo vistas a olho nu.


Há vários indícios da presença de Hitler também no Brasil, em diferentes ocasiões, depois da II Guerra. No livro “Grey Wolf: The Escape of Adolf Hitler”, os autores Gerrard Williams e Simon Dunstan desmentem a versão oficial sobre a morte do ditador nazista, afirmando, inclusive, que Hitler e Eva Braun teriam visitado o Brasil depois da Guerra.


Os autores assinalam, no livro em referência, que o casal teria ido à cidade praiana de Cassino, em Rio Grande (RS), pelo menos duas vezes, em fevereiro e em junho de 1947. Na primeira ocasião, em fevereiro de 1947, teriam ido assistir à apresentação da bailarina russa Tatiana Leskova, no Hotel Casino (atual Hotel Atlântico) em fato documentado na Série Caçando Hitler, do History 2.


O jornalista investigativo argentino, Abel Basti, também publicou vários livros desmentindo versões oficiais de suicídio de Hitler ao fim da II Guerra. Dentre estes: "Hitler en Argentina" (2006); "Tras os pasos de Hitler. La investigacion definitiva" (2014), e "La segunda vida de Hitler" (2019), todos recheados de provas documentais e depoimentos de testemunhas ainda vivas, que mostram com riqueza de detalhes as andançasa de Hitler na Argentina e em outros países da América do Sul.


Alguns anos depois do julgamento (1961) e execução de Eichmann (1962) em Israel, e ainda nas décadas de 60 e 70, o Brasil foi sacudido com notícias que davam conta da presença de criminosos de guerra nazistas residindo e trabalhando no País, como cidadãos comuns.


Foi assim no tocante à captura pela Polícia Federal, em 1967, de Franz Paul Stangl, então funcionário da Volkswagen em São Paulo, e desde 1951 residente no Brasil.


Stangl tinha sido comandante dos campos de extermínio de Sobibor e Treblinka, na Polônia, onde, somente neste último, fora responsável direto pela morte de 900.000 judeus, a maioria vinda do leste europeu. Extraditado em 1969 para a Alemanha, foi condenado à morte por seus crimes, mas não chegou a ser executado. Morreu de enfarte fulminante, em 1971, na Alemanha.


Tempos depois, soube-se também da presença de outros criminosos famosos por aqui. Um deles, Josef Mengele, o “anjo da morte” de Auschwitz, dado como morto pela família, em 1979, por afogamento numa praia do litoral paulista, em Bertioga. Depois de intensos trabalhos de perícia e identificação forense, feitos por cientistas e técnicos brasileiros, a sua identidade foi oficialmente confirmada.


No dia 27/05/78, o Consulado de Israel, em São Paulo, pede a prisão de Gustav Franz Wagner, ex-guarda e ex-subcomandante do campo de extermínio de Sobibor, que fugira para o Brasil, em 1951, junto com Stangl, com quem servira neste campo.


Em fato inusitado, a sua prisão ocorre depois de, supostamente, Wagner ter sido identificado junto a um grupo de correligionários nazistas, que comemoravam o aniversário de Hitler no Hotel Tyll, em Itatiaia, no Rio de Janeiro, em 20/04/1978 [1].


Toda atenção aqui é requerida do leitor. Repetindo o que foi dito no parágrafo anterior, de modo a que não pairem dúvidas: “correligionários nazistas, que comemoravam o aniversário de Hitler no Hotel Tyll, em Itatiaia, no Rio de Janeiro, em 20/04/1978”.


Diante de tal fato, caberiam as seguintes indagações: será que Hitler, em pessoa, não estivera presente ali, na sua festa de aniversário de 89 anos? Quem poderia garantir o contrário? Em sã consciência, não é comum se comemorar aniversário da morte de alguém, mesmo de um líder como Hitler, dado como morto, por suicídio, em 1945, 33 anos atrás.


A título de mera conjectura, suponho que a sua presença não tenha sido percebida naquela ocasião, uma vez que se tratava de comemoração com pessoas de idade avançada e sobre Hitler não se especulava que estivesse vivo. Buscavam-se outros criminosos, como Gustav Wagner.


Em 03/10/1980, Wagner foi encontrado morto em Atibaia com uma facada no lado esquerdo do tórax, sendo ele canhoto, perto de sua horta de morangos. Sua mulher e os enteados haviam viajado e o cadáver só foi encontrado dias depois. O laudo médico confirmou a causa da morte sem poder afirmar, contudo, se em decorrência de suicídio, improvável pelo fato de ser canhoto, ou homicídio.


A vida de Bormann foi amplamente documentada na Argentina e no Paraguai, onde estava radicado com o nome de Juan Keller. Lá se casou com mulher argentina com quem tinha uma enteada, adotada em 1954. Morava em Misiones e também numa fazenda em seus arredores, onde passava temporadas.


Certa ocasião, em 1960, com a captura de Adolf Eichmann pelo Mossad, e os rumores que davam conta de intensa caçada a Hitler pela polícia argentina em fazendas localizadas perto de Misiones (conforme depoimento de uma sobrinha-neta de Göering, que lá residia), Bormann convoca o seu motorista particular (um alemão cujo filho testemunhou esta narrativa), e pede para levá-lo ao distrito de San Ignacio, às margens da floresta de Misiones, onde desembarcou, embrenhando-se na mata para nunca mais ser visto, abandonando mulher e filha.


Anos depois, passou a morar no Paraguai, descobrindo-se por lá a sua ossada. Bormann teria falecido em 1969 e o seu corpo sepultado num pequeno cemitério em Itá, distrito próximo a Assunção. Este fato foi testemunhado por um padre, capelão Acensio Aiala, que encomendou o seu corpo e promoveu o sepultamento, o que foi posteriormente comprovado por peritos, em exumação de seu corpo.


Uma das versões sobre o paradeiro de Bormann dava conta que buscara abrigo no führerbunker, em 16 de janeiro de 1945, homiziando-se ali com Hitler, pois o exército vermelho se aproximava de Berlim.


Depois do suposto suicídio de Hitler, Bormann e outros tentaram fugir de Berlim no dia 2 de maio, de modo a evitar que fossem presos pelos soviéticos.


Bormann teria cometido suicídio numa ponte perto da estação de Lehrter. O corpo teria sido enterrado ali perto, em 8 de maio de 1945, mas nunca fora encontrado, pelo menos até 1972.


O mais infame dessa narrativa é que Bormann foi julgado à revelia pelo Tribunal Militar Internacional nos Julgamentos de Nuremberg, de 1945 e 1946, sendo condenado à morte por crimes de guerra e contra a humanidade.


A esse respeito, contudo, dúvidas certamente devem acometer o leitor: se, de fato, Bormann cometera suicídio em 08/05/45, por que se tornara revel em Nuremberg?


Vale ressaltar, ainda, que as autoridades alemãs fizeram intensas buscas, nos anos 60, nas imediações da estação de Lehrter, visando encontrar o corpo de Bormann que supostamente fora enterrado ali, mas nada foi descoberto.


Curiosamente, as buscas foram retomadas em 1972, no mesmo local de antes, quando então se encontrou a ossada de Bormann, que pode finalmente ser identificado.


Um detalhe revelador sobre este achado espetacular foram os restos de terra vermelha barrenta ainda grudados nos ossos examinados, que não existiam em nenhum lugar da Alemanha, mas abundantes na América do Sul, inclusive no Paraguai, em Itá, onde Bormann fora sepultado.


Muitas foram as versões disponíveis do final da Guerra na Europa, em sua maioria contraditórias, e dentre elas, as de que:


(i) “tanto Hitler como sua mulher e o seu secretário particular, Martin Bormann, haviam sido dados como mortos na ocupação de Berlim pelos russos”;


(ii) “tido como socialista, Bormann poderia ter fugido para a URSS, poucos dias antes do suicídio de Hitler”;


(iii) “o próprio Bormann, junto com Goebbels e outros auxiliares, teria ajudado a incendiar os corpos de Hitler e Eva Braun, num dos pontos de fuga do fuhrerbunker”;


(iv) “o suposto crânio de Hitler, com marca de tiro numa das têmporas, era mostrado para provar que havia se suicidado em seu bunker, junto com Eva Braun, e Joseph Goebbels”.


De todas estas historietas, somente deste último personagem, contudo, foi provado e comprovado o suicídio, bem como a morte de sua mulher e de seus seis filhos.


O crânio que seria de Hitler foi periciado muitas vezes depois da Guerra e se desconfiava que fosse de uma mulher, como provado depois nos anos 90, e não era o de sua mulher.


De Eva Braun, descobriu-se, na Alemanha, uma única descendente viva que poderia elucidar a questão em torno de provas quentes a respeito de seu paradeiro. Mas, já nos anos 2010, se recusou a fazer teste de DNA, dizendo querer “esquecer o passado porque era nascida no pós-guerra e não queria se envolver em histórias como aquela”.



IV. Por que Hitler e Bormann não foram caçados ou capturados como tantos outros criminosos nazistas mundo afora?


Enfim, aparentemente são o que restam da história da II Guerra Mundial. Segredos e mistérios que só os EUA e suas principais agências de informação poderiam revelar porque sabedores de todas as suas pegadas, desde a rendição nazista em 1945.


O FBI, por exemplo, vinha tratando o suicídio de Hitler, desde o fim da Guerra, como “morte fraudulenta”. Mas, por que, oficialmente, teriam tido esta reflexão? Seria porque dispunham de informações fidedignas, mas politicamente sensíveis, que os fizeram silenciar em desbaratar toda a trama. Teria sido essa a razão? Particularmente, creio que sim.


Ademais, Hitler e Bormann dispunham de uma poderosa rede de proteção em vários países da América do Sul, que se nutria de muito dinheiro carreado de organizações como a Die Spinne e Odessa, além da ajuda de empresários locais e governos simpatizantes do nazismo. Um fato que praticamente lhes garantiria uma vida incólumes a qualquer condenação por seus crimes.


Aliás, muitas foram as razões que fizeram com que americanos e russos, principalmente, não buscassem a elucidação completa desta trama. Dentre estas, pode-se elencar as de ordem geopolítica e estratégica que os tornavam nações líderes e hegemônicas, mas antagônicas, em tempos de paz, cabendo destacar:


1. O mundo no pós-guerra que deixava como legado a criação do Estado de Israel, em 1948, e o julgamento de criminosos de guerra em Nuremberg, como resposta, ainda que parcial, ao Holocausto. Neste cenário, os EUA tornavam-se aliados incondicionais de Israel e do povo judeu.


2. O fato de russos e americanos terem se beneficiado de mão de obra de criminosos nazistas para o desenvolvimento da tecnologia militar e da indústria de foguetes, que logo depois os jogaria na corrida espacial e numa guerra fria sem precedentes.


3. Os sistemas de comunicações precários que criavam obstáculos e dificultavam o trânsito de informações entre países e instituições, num mundo que ainda não conhecia satélites, computadores pessoais e internet, tal como temos hoje.


4. A guerra da Coreia; os conflitos árabe-israelenses; a reconstrução da Alemanha e o Plano Marshall; a construção do muro de Berlim e a cortina de ferro; os testes nucleares de URSSS e EUA, tudo em ebulição, que poderiam reacender o estopim de uma nova guerra indesejada por todos.


5. A busca implacável de criminosos nazistas foragidos que ocorria no mundo todo, por meio de organizações judaicas de caça a criminosos de guerra, que ansiavam por vingança, sob o olhar complacente de russos e americanos.


Não foi por acaso que se deu a captura e o sequestro, em 1960, em solo argentino, de Adolf Eichmann, o arquiteto do holocausto, um dos criminosos de guerra mais famosos na lista de procurados, posteriormente julgado e condenado à morte por enforcamento, em 1961, já em solo israelense.


6. As feridas ainda não cicatrizadas da II Guerra que, se mexidas, poderiam (i) desacreditar e desmoralizar tanto os EUA como a URSS junto a seus principais aliados; (ii) trazer consequências severas e de altíssimo custo em processos e reparações de Guerra, e talvez (iii) mudar os rumos da História.


Dentre estas, pode-se citar o até então bem guardado segredo de guerra da URSS, conhecido como o Massacre da Floresta de Katyn, ocorrido entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polônia à Alemanha Nazista.


Tratava-se de uma execução em massa, autorizada pelo ditador Josef Stálin, de cerca de 22 mil oficiais poloneses prisioneiros de guerra, policiais, cidadãos comuns e intelectuais, acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética.


Em 1943, quase dois anos depois da invasão da URSS pelas tropas nazistas, o governo alemão anunciou a descoberta de valas cheias de corpos de oficiais poloneses, na Floresta de Katyn. O governo polonês no exílio, em Londres, pediu de imediato à Cruz Vermelha Internacional que abrisse investigações, o que levou Stálin a romper relações com os poloneses expatriados.


A União Soviética alegava que “o genocídio havia sido praticado pelos nazistas” e continuou a negar responsabilidade sobre o massacre até 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente a matança e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como ao seu subsequente encobrimento. No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos datados de meio século antes que autorizavam o genocídio.


Ou seja, quem guardou segredo e mentiu sobre a autoria de um genocídio como este, durante tanto tempo, poderia perfeitamente omitir-se sobre o real paradeiro de Hitler, sem qualquer objeção e em qualquer situação.


O enredo da série apresentada pelo History 2 idealiza uma logística de fuga de Hitler da Berlim ocupada, muito bem documentada, no dia 29/04/45, possivelmente junto com Bormann, utilizando um avião ME 108 pilotado pelo capitão Baungart, da Luftwaffe, tendo como destino a Dinamarca.


Em 1948, ao ser interrogado no julgamento de Nuremberg, o major dinamarquês Friedrich Lotta Von Angelotty-Mackensen, declarava, sob juramento, ter visto Adolf Hitler, em companhia de Leon Degrelle, conhecido colaborador nazista, no dia 30/04/45, em Tonder, uma cidadezinha fronteiriça, na Dinamarca, que abrigava um aeródromo da I Guerra e que era utilizado em operações secretas pelo alto comando alemão.


O destino provável de ambos, mas em voos separados, pode ter sido a cidade de San Sebastian, ou Barcelona, na Espanha. De Leon Degrelle, sabe-se, com certeza, que o avião em que estava fez pouso forçado numa praia de San Sebastian, de onde escapou com vida. Recebeu passaporte e documentação de Franco, fixando residência em solo espanhol depois da Guerra.


Quanto a Hitler, pode ter usado um outro ponto de fuga, pousando em Barcelona, e se refugiando por algum tempo no Mosteiro de Montserrat, localizado a 40km da cidade basca. Neste monastério teve a sua presença confirmada por frades e mantenedores, em maio de 1945, pouco antes de se dirigir a Cádiz.


De Cádiz, na Espanha, ainda em maio de 1945, teriam partido submarinos, com várias comitivas de criminosos de guerra foragidos, rumo à Argentina, na América do Sul. Num deles, provavelmente o U530, estavam Hitler, Eva e auxiliares mais diretos.


Na Argentina, testemunhas ainda vivas afirmavam ter havido o desembarque de vários ocupantes de pelo menos dois submarinos, um deles o U530, na Enseada dos Papagaios (Calleta de los Loros).


Hitler foi visto por uma senhora que o identificou com clareza de detalhes, junto com uma comitiva de auxiliares, numa parada no meio do nada, quando partia em direção ao seu esconderijo na Patagônia, na residência Inalco, em Villa La Angostura, uma cidade localizada na fronteira com o Chile, a 80 km de Bariloche, onde morou por muitos anos. Pelo menos até fins de 50 e início dos anos 60.


Trata-se de uma mansão construída pelo arquiteto Alejandro Bustillo, em 1943, famoso por criar o lendário Llao Llao Hotel de Bariloche. A residência tem um estilo muito parecido com a casa de veraneio de Hitler em Obersalzberg, na Alemanha.


Esta residência Inalco, em Bariloche, foi palco de um testemunho histórico sobre a vida de Hitler no pós-guerra, na Argentina: o senhor Alejandro Heil, filho de Arturo Heil, em depoimento gravado por seu pai, em seu leito ainda em vida, afirma que, em 1953, a mando de Juan Domingo Perón, então presidente argentino, "seu pai entregou, em mãos de Adolf Hitler, uma maleta contendo documentos".


"Na ocasião, seu pai cumprimenta formalmente Hitler com um aperto de mão, que lhe agradece pela encomenda e pergunta sobre Perón. O senhor Arturo Heil responde estar tudo bem, se despede e vai embora". (Informe. Hitler en la Patagõnia, una misión que confirma la teoria. Canal 10 Rionegro. Publicado em 17/02/2019).


Sobre a vida de Hitler no Paraguai, vale a pena registrar o depoimento de Robert Hugo, filho e neto de alemães, morador em Colônia independência: ele atesta “que em fins dos anos 50, então com 17 anos, logo quando havia acabado de concluir um curso técnico de eletricista, recebera um convite para fazer uns reparos na residência de um amigo de seu pai, localizada em Salto Suizo”.


“Em lá chegando, deparou-se com um senhor que lhe parecia cópia fiel de Adolf Hitler. Atônito com o que acabara de presenciar, perguntou na surdina para um dos empregados da casa se aquele era, de fato, Hitler. Para sua surpresa o empregado diz que sim, é ele mesmo, mas fique de bico calado quanto a isso. Surpreso com o que acabara de testemunhar, seguiu à risca o conselho de seu interlocutor, guardando segredo da presença do ex-führer no Paraguai por mais de 60 anos”.


A casa em Salto Suizo, na realidade era uma mansão em estilo bávaro, incrustada em imensa área de floresta, toda cercada e fortificada com casamatas, que servira como residência de Hitler no Paraguai por um bom período de tempo.


Como corolário natural deste artigo, a versão oficial da morte de Hitler por suicídio, em 01/05/45, se mostra longe de dissipar dúvidas, apaziguar a curiosidade dos aficionados pelo tema e encerrar as polêmicas que a cercam.


Evidências que a contradizem rumam na direção da vida de Hitler por um bom tempo ainda, depois da II Guerra, na América do Sul. Seu último refúgio pode ter sido a Argentina, onde viveu durante muitos anos, ou o Paraguai, onde também residiu por algum tempo.


Em suma, esclarecidos alguns pontos obscuros da vida e morte hitlerista, segredos e mistérios de um drama posto a nu ainda persistem, em especial no tocante à data de sua morte e ao local exato onde estaria enterrado.


Para saber mais sobre este assunto, veja também:


[1] O jornalista Mário Chimanovitch farejara a festa comemorativa e lá estava ele. E em parceria com Simon Wiesenthal, publicou no Jornal do Brasil uma reportagem afirmando que “o caçador de nazistas” havia reconhecido Wagner em uma das fotografias daquela comemoração. Tratava-se, na verdade, de uma cilada para que o nazista fosse capturado, porque ele não aparecia diretamente na foto, mas o repórter o havia reconhecido dentre os participantes da festa.









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