(08/10/2018)
Por Leonardo Condurú
Diante do mesmo cenário de votos válidos das eleições de 2014, reproduzido em 2018, de cerca de 107 milhões de votos válidos, Bolsonaro obteve 49.275.358 votos. Precisaria de pouco mais de 4 milhões de votos para o sucesso absoluto no primeiro turno, de cerca de 53,5 milhões de votos. Bastava que metade dos 7.206.162 votos nulos (6.14%) e dos 3.106.916 votos em branco (2.65%) lhe fossem contabilizados como válidos.
Conforme havíamos assinalado anteriormente os votos do candidato-chave dessas eleições (em primeiro turno), o Alckmin, foram determinantes para a subida de Bolsonaro na reta final do primeiro turno, mas não no ritmo e no tamanho que se esperava para a vitória ainda em primeiro turno.
Ao contrário do Data Dilma e do IBOPE que apontavam, respectivamente, para um percentual de votos de Bolsonaro muito menor neste primeiro turno, de apenas 31%, e um índice de rejeição muito maior do que o de todos os outros candidatos, verificou-se que não foi bem assim que tudo ocorreu.
Nas pesquisas de segundo turno daqueles institutos, repercutidas quase à exaustão pelas redes Globo e Band, Bolsonaro perdia para todos os outros candidatos, inclusive para aqueles com nenhuma chance de segundo turno, como Alckmin, Ciro e, pasmem, Marina Silva. Ainda assim, fez a onda do tsunami atingir quase todos os estados do País e por muito pouco não chegou lá.
Pode não parecer totalmente verdadeiro, mas é fato que a credibilidade desses institutos vem sendo mantida graças às pesquisas de boca de urna, que tendem a ir, é claro, na mesma direção das pesquisas parciais, mas que sinalizam números muito mais próximos da votação real e por isso algum crédito ainda lhes é conferido.
Quer queiram, quer não, pesquisas parciais com viés claramente assumido — infladas ou desinfladas a gosto dos clientes, como as deste ano, e também como ocorridas nas eleições de 2014 — e a sua repercussão nas mídias, formadoras de opinião por natureza, tendem a influenciar, em conjunto, o voto do eleitor numa ou noutra direção, inclusive no caminho do voto nulo ou em branco. Na minha opinião foi o que também aconteceu e contribuiu para um segundo turno não desejado nestas eleições presidenciais.
Mas não só isto, além das questões assinaladas anteriormente, o atentado terrorista sofrido por Bolsonaro, por razões óbvias, criou um clima de desconfiança no eleitor, que se viu distante do clima de euforia, tal como havia acontecido em manifestações anteriores Brasil afora, o que certamente também contribuiu para e desmobilização do eleitorado em fins de campanha, tirando-lhe votos preciosos que poderiam lhe garantir a vitória em primeiro turno.
No mais, os prognósticos traçados para as demais candidaturas fluíram de acordo com a leitura que fizemos sobre o quadro eleitoral em outros momentos, em particular em 22/09/18.
Agora só nos resta torcer para que tudo avance sem traumas para uma vitória maiúscula de Bolsonaro no segundo turno, onde a bem-querência, quiçá, possa vir a sobrepujar a maledicência da crise e da desonestidade contidas na sigla com DNA criminoso dos PTralhas.
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