Por Leonardo Condurú (29/09/2018)
Considerando o mesmo perfil das eleições de 2014, em termos de comparecimento e votos válidos estaríamos diante do seguinte quadro: 143,5 milhões de eleitores (dada a eliminação de 3,5 milhões de títulos pelo TSE; originalmente eram 147 milhões); comparecimento de 117 milhões de eleitores (82% do total), e cerca de 107 milhões de votos válidos (75% do total).
Mantendo-se as últimas projeções, com Bolsonaro ainda enfermo, portanto conservadoras, ele teria cerca de 33% do eleitorado, o que dá cerca de 47 milhões de votos. Para obter o quociente de vitória no primeiro turno precisaria, no mínimo, de 53,5 milhões de votos, ou mais 6,5 milhões de votos válidos. Mas como isto seria possível?
Tomando-se os votos do candidato-chave dessas eleições (em primeiro turno), o Alckmin, que tem hoje cerca de 11% do eleitorado, ou 15,8 milhões de votos, e admitindo-se que o candidato em questão tenha pouquíssimas chances de chegar ao segundo turno, é de se esperar que seu eleitorado possa jogar a toalha do voto útil e que haja a migração parcial de votos dos seus eleitores para o candidato Bolsonaro.
Para tanto, bastariam que 6,43 milhões de eleitores, ou 40% do seu eleitorado, migrassem para Bolsonaro já no primeiro turno, o que é perfeitamente possível, desconsiderando-se quaisquer outras lucubrações a respeito dos demais candidatos e suas pontuações para cima ou para baixo.
Se não quisermos correr riscos adicionais de um segundo turno o que poderia vir a ser traumático para todos nós, acho que seria uma boa ideia embarcarmos todos nessa onda. O que acham?
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